O NOVO PADRÃO DE VIVER A VIDA

Ousar viver na materialidade com os valores da espiritualidade

domingo, 29 de abril de 2012

A IMPORTÂNCIA DE OUSARMOSPARTE 1
Transcrição da palestra proferida pelo amigo espiritual Joaquim .
ESPIRITUALISMO ECUMÊNICO UNIVERSAL . dez 2008

Para começarmos nossa conversa de hoje, gostaria de fazer uma pergunta: qual a responsabilidade do espírito? Qual a responsabilidade que o espírito assume ao encarnar?
A nossa responsabilidade como encarnado é a de promover a reforma íntima. Todos os espíritos que estão ligados a uma consciência material só se encontram neste estágio da sua existência espiritual porque assumiram o compromisso de buscar a elevação espiritual através da reforma íntima.
Se isto é verdade, é necessário, então, que se faça mais uma pergunta: o que é preciso para promover a reforma íntima? Do que precisa um espírito para honrar o compromisso assumido com Deus e com a espiritualidade antes da encarnação? Será que apenas o desejo de fazê-la é suficiente?
O ser humanizado pode ter muita vontade de fazer, mas nunca chegar a realizar, pois a vontade precisa se transformar em Realidade. Não basta apenas ter vontade: é preciso realização.
A partir do momento que o ser humanizado compreende a responsabilidade assumida antes da encarnação entende a necessidade da realização. Mas, só compreender não adianta, pois ele pode no primeiro obstáculo desistir.
Você pode ter vontade de reformar-se, pode desejar ardentemente elevar-se, mas se o desejo não se transformar em prática nada será conseguido. Só que para que esta prática ocorra há um elemento que é fundamental e sem ele nada se consegue em termos de elevação espiritual.
Claro, que o primeiro mandamento deixado por Cristo (amar a Deus sobre todas as coisas) é fundamental, mas o ser humanizado pode até amar ao Pai, mas na primeira adversidade estancar a prática da reforma íntima. Claro que existem muitos outros fatores tais como vontade, perseverança, afinco e outros que são importantes, mas um é fundamental.
Para que você promova a sua reforma íntima, ou seja, alcance a consciência espiritual – ter valores (verdades) na memória condizentes com a Realidade espiritual – é preciso que você ouse. A ousadia é uma característica fundamental de todos aqueles que conseguiram promover a sua reforma íntima, ou seja, conseguiram eliminar a consciência material e se fundiram com Deus.
A promoção da reforma íntima por parte de um ser encarnado, acima de tudo, é um ato de ousadia. É necessário coragem para ousar, mas é preciso ousar nesta “vida”, pois sem a ousadia não se realiza nada.
Qual o contrário de ousar? Acomodar-se. E o que é acomodar-se para um espírito que assumiu a responsabilidade de executar a sua elevação espiritual? É viver como a humanidade vive, perpetuar a sua ação dentro dos papéis planetários guiados pelas verdades da consciência terrestre.
NOTA: Papéis planetários – Diz-se das funções que o espírito vivencia durante a vida carnal: pai, mãe, filho, professor, médico, etc.

próximo CAMPO DE HARMONIZAÇÃO
encontro aberto
domingo dia 06 de maio 2012 . 10:00hs
Fraternidade Ramatis

segunda-feira, 23 de abril de 2012

É PRECISO OUSAR!

É preciso ousar reformar-se: não basta apenas reencarnar.
Foi pela ousadia que todos os mestres demonstraram a elevação espiritual. Eles ousaram ir além da vida carnal, além das responsabilidades materiais para servirem a Deus, amando-o acima de todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.
Para aqueles que ousarem se rebelar contra o sistema, contra os padrões no mundo, uma nova época está por vir.
Esta é a grande revolução...
Esta é a grande ousadia...
Ousar viver no mundo pelos valores espirituais... Todos estamos sendo convidados, mas é preciso’ limpar bem a sua mente, aproveitar a oportunidade....o caminho é sempre reto e nele não tem atalho... é preciso dizer sim ou não....’



Vamos construir juntos um CAMPO DE HARMONIZAÇÃO que nos fortaleça internamente para a grande ousadia.

Próximo domingo dia 29.04.12 . 10:00hs

Fraternidade Ramatis
ENCONTRO COM AMIGO ESPIRITUAL ‘JOAQUIM’ EM CURITIBA



áudio ...FACULDADE ESPIRITA DA VIDA

Salve!
Agradecimento a todos as presenças que participaram do encontro aqui em Curitiba no ultimo domingo, dia 22 de abril.
Agradecimento ao Firmino por sua dedicação e entrega ao trabalho e em especial ao ‘Pai Joaquim’ pelo impulso transformador e pela força renovada...
Que cada um venha aproveitando a oportunidade de sua encarnação, para fazer o único trabalho que precisa ser feito: aproximar-se de Deus.
E como pode se dar este aproximar-se de Deus? Trabalhando para abandonarmos a nossa humanidade, negando a nossa materialidade, e assim, como consequência, sem caminharmos diretamente para Deus, chegarmos em Deus...
Lembrando que se aproximar de Deus é viver em harmonia, em paz e serenidade consigo e com o mundo.
É viver o que a vida é: uma encarnação com o objetivo de provarmos nosso amor a Deus acima de todas as coisas... Como ? Acima do que eu gosto, do que eu não gosto, do que eu quero, do que eu não quero...ser feliz, manter-se em paz e harmonia com o universo...
É possível isto?
Depende de nós optarmos por...
Depende de termos a ousadia de dizer sim. E trabalharmos 24h por dia com a consciência da responsabilidade deste trabalho...
Depende de compreendermos que para chegar à perfeição, o espirito tem que passar pela vida encarnada. E a vida encarnada é vicissitude, é composta de altos e baixos, de alegrias e tristezas, de sofrimento e de felicidade. Esta é a natureza natural da vida. Então, a expiação do espirito para chegar à perfeição é passar pelas vicissitudes da vida.
Pretender que a vida seja diferente do que a sua natureza natural, ou seja, pretender que nela só estejam presentes as coisas consideradas ‘boas’ (saúde, riqueza, felicidade, amor, sucesso, vitória, reconhecimento) é pelo menos, atentar contra a  própria natureza da vida.
Então há que se entender a vida como ela é: vicissitude trazida por Deus para propiciar ao espirito a chegada à perfeição, para propiciar a oportunidade de provar o amor a Deus, passando por ela vicissitude, em paz e harmonia, sem ranger de dentes...
Entendendo que Deus é a causa primária de todas as coisas que nos acontecem e portanto, é a causa de toda vicissitude....E mais, tendo a consciência de que Ele é a  inteligência suprema, a justiça perfeita e o amor sublime. Inteligência Suprema que é capaz de analisar perfeitamente tudo o que se passa no universo e o resultado dessa análise é a Verdade Pura, Justiça Perfeita que dá a cada um segundo suas obras e Amor Sublime que permite a cada um sempre uma nova oportunidade de elevação.
É se entregar na confiança....

quinta-feira, 12 de abril de 2012

convivendo com a hipocrisia e aprendendo a viver por valores espirituais

A mensagem é para aqueles que foram excluídos do mundo por opção ou por coação, para que vivam no mundo não pelos valores do mundo, mas por novos valores: os espirituais.
Por que? Para obter a paz de espirito tão almejada por todos, quer os que se pautam por valores materiais _ de posses, de desejos, que querem ter bens, ter saber, serem amados para terem sucesso, reconhecimento, fama, aplauso_ quer aqueles que dizem que se pautam pelos valores espirituais (vamos ver mais adiante o que quer dizer isto....)
Mas enfim, todos desejam em essência, estarem em paz e felicidade. Uns pensam que conseguem  de uma forma, outros de outra....
Mas afinal, quem quer viver por valores espirituais?
Aqueles que reconhecem que são espíritos tendo experiência como seres humanizados...são os ditos espiritualistas...é o time dos ‘por opção’...
Mas há um outro grupo que pode ser convidado pela vida a viver por valores espirituais. São aqueles que, por não terem condições de serem aceitos e aplaudidos pelos valores do mundo, são rejeitados, discriminados, não aceitos pelo mundo, por não oferecerem ao mundo aquilo que ele pede em troca de retribuir com reconhecimento. Por isso esses seres sofrem. .. E considerando que esta foi uma condição dada pela vida_ pela ação universal, por deus mesmo, que é a causa primária de todas as coisas_ podemos considerar que, mesmo ainda sem terem consciência, mesmo sem terem optado por, estes seres foram levados a este lugar de distanciamento dos valores do mundo....é o time dos ‘por coação’....
Portanto, para estes também, esta doutrina de viver pelos valores espirituais poderá livrar do sofrimento e ainda vir trazendo uma consciência daquilo que é a sua essência.
Portanto, a quem deve servir ter valores espirituais?
Dizem os mestres que o ser humano pouco ou nada pode saber a respeito do que seja o espírito e seus valores. Mas, a respeito dos valores materiais ele tem condições de imaginar que conhece, pois trata-se  do que ele é convidado a viver no seu dia a dia E sabe-se que são totalmente opostos entre si. Portanto, por oposição, podemos deduzir quais sejam os valores espirituais: o oposto dos valores materiais.
E afinal, quais são estes valores materiais?
O mundo vive e preza os desejos, as paixões, as posses. De uma forma sintética podemos dizer que existem âncoras que nos ancoram, nos aprisionam, nos amarram na materialidade.
E não seria hipocrisia se dizer espiritualista, pretender estar realizando um trabalho espiritual sobre si mesmo, mas estar pautando a sua vida em resposta a valores materiais?!
A hipocrisia não está apenas nos atos, nas ações, mas na intenção com que cada um vivencia os acontecimentos da vida...
E quais são estes valores materiais que como âncoras aprisionam o ser humano cada vez mais na materialidade?  Entre outros, são eles:
lutar contra a vida que se tem, querendo a todo custo, modificá-la;
a vontade de ganhar sempre e o medo de perder;
o desejo de alcançar o prazer e o medo de sofrer;
a busca do elogio e o medo da crítica;
a busca da fama e o medo da infâmia;
À medida em que o ser vai aprendendo a viver pelos valores espirituais, ele vai aprendendo também a viver de uma forma mais leve, menos ansiosa, mais no presente.
Ele vai verificando que o que é do passado não existe  e só propõe a culpa. O que é do futuro não existe... é só uma probabilidade que propõe a ansiedade e a expectativa.
Porque só há o agora. E no agora normalmente tudo é muito simples. E muito rápido.
Então vai se aprendendo a viver o agora... A confiar na vida que se vive... A se distanciar da mente que a todo instante só propõe o sofrimento... A mente é o diabo. È ela que atenta. E o que se pode fazer? Não se pode deixar de ouvi-la, mas pode-se não acreditar no que ela diz.  E afirmar: ‘Não sei, mente. Isto é o que você está dizendo. Isto é apenas uma possibilidade. Pode ser que isto aconteça...mas também pode ser que não...não sei! 'Não sei' é uma chave!
E se acontecer o que se 'acha' o pior? E dai? É outra chave...E dai... qual o problema? Se tenho convicção de que a vida em sua ação de perfeição, de justiça, de amor, só pode oferecer aquilo que é o mais indicado para cada um, de acordo consigo próprio, e na justa proporção....por que sofrer?
É o melhor para cada um que a sua vida lhe oferece. Então, o que quer que a vida ofereça, poder aceitar na confiança de ser o melhor pra ser vivido com inteireza e sem ranger de dentes.
Dando ao outro o direito de ser quem é e agir de acordo com suas verdades. Este pode ser o maior 'amor ao proximo' que podemos dar. Não ter 'verdades' e permitir a cada um viver de acordo consigo mesmo, sem julgamentos ou criticas...
Este é o verdadeiro começo do trabalho espiritual...
Então podemos deixar de ser hipócritas? É possível que sim...Mas primeiro é preciso se conhecer.... e depois optar por não ser...
E como se extingue a hipocrisia? Participando do acontecimento, qualquer que ele seja, com a consciencia de sua real intenção. Pois quem conhece sua real intenção e opta por vivenciá-la durante determinados acontecimentos, não importa o que esteja fazendo, não será hipócrita.
CAMPO DE HARMONIZAÇÃO domingo dia 15.04.12 .10 hs
Fraternidade Ramatis
encontro aberto 41.9601.3297



segunda-feira, 9 de abril de 2012

REORIENTE SUA INTENÇÃO E SUA ATENÇÃO!

Cada um está onde coloca sua atenção e sua intenção!
Esforçar-se para ter atenção é o ensinamento que leva ao fim do sofrimento....Ter atenção plena nos próprios pensamentos para poder atingir a consciência de que o mundo não é o que se imagina ser, mas cada um diz o que ele é através de seus pensamentos...
Fora de cada um, não há nada que o obrigue a viver o que quer que seja. A resposta para todas as perguntas é cada um. Tudo o que se vive é criado da mesma forma, pela mente através dos pensamentos.

Um convite: Perceber onde está cotidianamente focada a sua atenção...

CAMPO DE HARMONIZAÇÃO domingo dia 15.04.12 .10 hs
Fraternidade Ramatis
encontro aberto

sexta-feira, 6 de abril de 2012

CAMPO DE HARMONIZAÇÃO . domingo dia 08.04.12 . 10:00hs
Fraternidade Ramatis
encontro de integração pessoal aberto a todos os que se sentirem convidados
SUBJUGANDO A RAIVA

Existem cinco maneiras para subjugar a raiva, através das quais quando a raiva surge em um bhikkhu ele deveria destruí-la completamente. Quais cinco?’

Ter raiva é sofrer. O ser humano que sente raiva de outro entra num processo de angústia e amargura que extermina a sua paz interior. Por isso, Buda, aquele que propõe o alcançar a paz interior como realização da elevação espiritual, nos ensina como vencer a raiva. Vamos analisar o seu discurso sobre o assunto a partir da visão do EEU (Espiritualismo Ecumênico Universal). Mas antes, precisamos falar um pouco sobre raiva.
A raiva é uma contrariedade forte, violenta. Toda vez que um ser humano se contraria fortemente com as palavras ou atitudes de outra pessoa ela sente raiva desta. Por isso, precisamos conversar um pouco sobre contrariedades para entendermos melhor o assunto.
O que é uma contrariedade? Toda vez que um ser humano age ou fala palavras que contrarie as verdades de outro ser, este se sente contrariado. Na verdade, não foi ele quem foi contrariado, mas as opiniões dele. Ser contrariado é estar exposto a opiniões e ações que não concordamos, ou seja, que para nós não se constituem em uma verdade ou realidade.
Existem muitas contrariedades que o ser humano não liga. São coisas de pequenas montas que acontecem no dia a dia e que ferem nossos conceitos. Mas, por não representarem aparentemente uma afronta grande, não ligamos para elas. É aí é que começa o equívoco do ser humano.
Qualquer contrariedade, por menor que seja – não guardar as coisas onde se acha certo que elas estejam, um pequeno atraso, uma palavra mal colocada – fica marcada na memória do ser humano. Não existe momento em que somos contrariados que a marca não fique guardada. Por isso, toda e qualquer contrariedade precisa ser trabalhada, precisa ser curada. Se não, o acúmulo delas pode levar à raiva.
A raiva surge, então, do acúmulo de contrariedades que vamos tendo no dia a dia com determinadas pessoas. A cada vez que não trabalhamos a contrariedade ela vai gerando marcas em nossa memória e, quando vemos, aquilo que era apenas uma contrariedade virou uma raiva. Mas, não para por aí.
A raiva pode transformar-se em ódio. A raiva surge do acúmulo de contrariedades, mas quando ela aparece, as contrariedades não cessam. Pelo contrário: tornamo-nos mais intransigentes com aquela pessoa e por isso vamos observando cada vez mais as contrariedades e plantando-as em nossa memória. É através deste processo que a raiva se transforma em ódio. Ou seja, o ódio, sensação que leva o ser humano a vivenciar um grande sofrimento, começa nas pequenas contrariedades do dia a dia.
Por isso, neste trabalho, quando analisarmos os ensinamentos de Buda não estaremos nos referindo diretamente à raiva, mas buscando usar o que ele ensina para vencer as pequenas contrariedades do dia a dia.

Quando surge a raiva em relação a uma pessoa, ele deve desenvolver a boa vontade para com aquela pessoa. Dessa forma, a raiva por aquela pessoa deve ser subjugada.

“Desenvolver a boa vontade para com aquela pessoa”: o que quer dizer isso? Vamos conversar sobre o tema.
As contrariedades surgem quando há um desacordo entre o que cada um dos envolvidos num relacionamento acha verdade ou certo. Ela existe porque a verdade ou o certo do outro contraria a sua verdade ou seu certo. Mas, o que é o nosso certo ou verdadeiro?
Cada ser humano é exposto diariamente a centenas de informações. Estas informações são analisadas pela mente a partir de conceitos pré-existentes na memória. Cada vez que uma informação se coaduna com o conceito que está na memória ela é considerada certa ou verdadeira. Mas, como se formam os conceitos pré-existentes na memória?
Somos o resultado do meio que vivemos. A cultura de cada povo, região, cidade, bairro ou mesmo núcleo familiar possui um grupamento específico de informações às quais dá o valor de verdade e certo. Acontece que estes grupamentos diferem entre si. Nos países ocidentais, por exemplo, a cultura afirma que só se pode ter uma esposa, nos árabes ela já é diferente: o homem pode ter mais mulheres. Entre os jovens, atitudes irresponsáveis são consideradas como atos perfeitos, entre os mais velhos isso já não acontece.
Quem está certo? Todos os dois... O certo e o errado não são absolutos, ou seja, não servem para todos e não permanecem por toda a existência sem mudanças. Na verdade, a avaliação de certo ou errado aos conselhos, depende do momento da existência de cada um ou do grupo social onde se vive. Na verdade, ela é relativa, ou seja, depende de cada um.
Por isso cada um tem o direito de achar certo e verdadeiro aquilo que achar naquele momento. Não se pode criar um estatuto rígido que sirva para todos ao mesmo tempo. É fundamentado neste conhecimento sobre a relatividade da avaliação de certo e errado que Buda ensina que devemos ter boa vontade com todos.
Você tem o direito de ter o seu padrão de certo e verdadeiro, mas o outro também o tem. Querer impor ao outro o que aquilo é verdade para você só leva à contrariedade. Isso porque o outro não vive a sua vida, ou seja, não vivencia a existência dele com os mesmos valores que você.
Aliás, aproveitando que estamos falando com espiritualistas, exigir do próximo que ele tenha as mesmas avaliações que você é querer retirar dele o livre-arbítrio. Acreditamos que Deus deu a cada um o direito de livre optar por qualquer coisa. Exigimos para nós este direito, mas não o estendemos ao próximo. Escolher um padrão próprio de certo e verdadeiro é o exercício do livre-arbítrio que se foi dado por Deus a cada um não pode ser retirado por ninguém.
Este é o caminho da boa vontade que Buda ensina que leva ao fim da contrariedade e com isso evita a existência da raiva e do ódio: dar ao outro o direito de exercer o seu próprio livre-arbítrio.
Quando alguém faz ou pensa coisa diferente de você, ao invés de se contrariar, diga: ‘ele tem o direito de fazer ou pensar aquilo que achar melhor para ele’. Este é o exercício da boa vontade.
Concedendo ao próximo este direito não existirá contrariedade, apesar de continuar existindo a não similitude entre o que você e o outro acham certo ou verdadeiro.
Desenvolver a boa vontade com o outro não é acreditar no que ele acredita ou fazer o que ele faz, mas apenas dar ao próximo o direito de ser diferente de você. Isso leva ao fim da contrariedade, da raiva e do ódio. Leva ao fim do seu sofrimento.

Quando surge a raiva em relação a uma pessoa, ele deve desenvolver a compaixão para com aquela pessoa. Dessa forma, a raiva por aquela pessoa deve ser subjugada.

Compaixão é algo muito diferente daquilo que nós humanos imaginamos que deva ser. Acreditamos que ter compaixão por uma pessoa é sofrer a tristeza que ela está sentindo. Isso não é realidade.
Quem sofre não consegue transmitir o que ele mais precisa no momento de sofrimento: alegria! Quem está sofrendo precisa ser animado, fortalecido, para poder sair do estado de espírito que se encontra. Como animar alguém se o animador também está desanimado?
Costumamos dizer que sofrer é como alimentar-se de um alimento que não gostamos. Jiló, por exemplo. Quem está sofrendo está ingerindo uma porção de jiló e precisa de alguém que coloque em seu prato algo que o ajude a deglutir aquele alimento. Ao invés disso, quando vivemos o momento com a compaixão como entendemos, colocamos mais jiló em seu prato, ou seja aumentamos o sofrimento daquele que já está sofrendo.
Ter compaixão pode ser definido como ter a consciência do sofrimento que pode causar a si ou ao outro. Quem sente verdadeiramente compaixão pelo próximo, ao invés de sofrer junto com ele, busca animá-lo com felicidade e alegria para não aumentar o seu sofrer. É esta compaixão que Buda ensina.
Quem sente contrariedade com a palavra ou ação do outro e tenta corrigi-lo aumenta o sofrer do próximo. Mesmo que a contrariedade não gere a briga ou discussão, apenas a tentativa de corrigi-lo já traz embutida em si uma acusação, uma crítica. Esta por si só já traz sofrimento a quem está sendo criticado.
Portanto, para vencer a contrariedade que acaba levando à raiva, tenha compaixão do outro: pense no sofrimento que irá causar ao próximo com sua crítica. Para isso, lembre-se: ele tem o direito de ter o seu certo e verdadeiro.
Mesmo que você saiba que o padrão de certo ou errado leve aquele ser humano mais tarde a sofrer, não o faça sofrer agora. Evite discordar do próximo para não fazê-lo sofrer...
Um dos instrumentos ensinados pelo Espiritualismo Ecumênico Universal para isso é ‘a doação da razão’. Sempre que discordamos de alguma coisa que alguém acredita buscamos debater o assunto para poder ao fim ficar com a razão. Mas, será que isso é importante?
Ter a razão significa vencer a discussão. Quem dá a última palavra acha sempre que conseguiu dobrar o próximo e impôs aquilo que acreditava. Mas, para que você quer vencer? Para poder gabar-se de estar certo? Qual o preço que você paga por isso? Será que vale a pena expor-se a arquivar contrariedades que futuramente lhe levarão à raiva ou ao ódio? Quem vai sofrer no final das contas? Você mesmo...
Portanto, por compaixão, ou seja, por consciência do sofrimento que pode causar àquela pessoa agora e a você no futuro, doe a razão.

Quando surge a raiva em relação a uma pessoa, ele deve desenvolver a equanimidade para com aquela pessoa. Dessa forma, a raiva por aquela pessoa deve ser subjugada.

Equanimidade quer dizer igualdade de ânimo, ou seja, sentir apenas uma coisa por uma pessoa, não importa o que esteja se vivendo.
Buda ensina que devemos ter apenas um sentimento com relação às pessoas, pois isso acaba com a contrariedade e estanca a possibilidade de sofrermos mais tarde. Que sentimento é esse? Aquele que já nutrimos por aquela pessoa.
Os seres humanos afirmam que gostam, amam ou têm amizade por alguém, mas na verdade eles só nutrem estes sentimentos quando os outros atendem os anseios e expectativas deles. Se em determinado momento a outra pessoa, num mínimo detalhe, entra em contradição com aquilo que eles acreditam ou acham certo, todo este sentimento extingue-se.
Quem ama, o faz o tempo inteiro e não apenas nos momentos em que o próximo satisfaz seus conceitos. Quem gosta, gosta o tempo inteiro e não apenas quando o outro está de acordo com suas verdades. Quem tem amizade é sempre amigo do outro, mesmo quando este não possui tudo aquilo que nós temos. Se a emoção não permanece, isso quer dizer, então, que ela não existe realmente.
Gostar, amar e ter amizade por uma pessoa não devem ser emoções que tenhamos por alguém apenas quando ela nos satisfaz. Quem vive desse jeito, além de não ter realmente estes sentimentos pelo outro, está expondo-se ao risco de em qualquer contrariedade decepcionar-se com o próximo e com isso buscar o seu próprio sofrimento.

Quando surge a raiva em relação a uma pessoa, ele não deve empenhar a sua mente ou dar atenção para aquela pessoa. Dessa forma, a raiva por aquela pessoa deve ser subjugada.

Grande conselho de Buda: não empenhar a sua mente e dar atenção à pessoa que nos causa contrariedade.
Existe um ditado que diz: Deus deu uma vida para cada pessoa, para que cada um tome conta da sua. Ao invés disso, vivemos empenhando nossa mente para prestar atenção na vida dos outros. Isso causa sofrimento.
Todos somos diferentes. Não existem duas pessoas que acreditem ou dêem o valor de certo em mesmo gênero, número e grau a um mesmo conceito. Por isso, quando ficamos atentos aos outros, certamente vamos descobrir contrariedades entre o que ela acha, pensa e faz com o que achamos, pensamos e fazemos. Por isso, o melhor é cada um tomar conta apenas de si mesmo.
Cristo nos ensinou: Você repara o cisco nos olhos dos outros, mas não vê a trave que está no seu olho. Somos naturalmente juízes do mundo. Vivemos constantemente observando as ações e crenças dos outros e comparando-as com as nossas. Isso causa sofrimento...
Para não sofrer é preciso que nos mantenhamos constantemente focados em nós mesmos e demos aos outros a liberdade de ser, estar e fazer o que bem entender.
Quando surge a raiva em relação a uma pessoa, ele deve dirigir os seus pensamentos para o fato de que aquela pessoa é o produto do carma dela: ‘Esse venerável é o agente do seu carma, herdeiro do seu carma, nascido do seu carma, atado ao seu carma e dependente do seu carma. Qualquer carma que ele faça, para o bem ou para o mal, disso ele será o herdeiro. Dessa forma, a raiva por aquela pessoa deve ser subjugada.

Carma é algo que os seres humanos entendem muito pouco. Por nossa tendência a crer no pecado, no mal e nas suas conseqüências, achamos que o carma é o castigo que cada um recebe por suas ações negativas, mas isso não é verdade. Carma é a consequência natural de uma ação, seja ela uma condenação ou premiação.
O Universo é regido pela lei da causa e efeito, ou seja, a cada movimento nosso, geramos uma ação como efeito do que foi feito. Isso é o carma: o efeito de uma causa. O carma é o motor que movimenta o Universo. Sem ele, tudo seria estático, pois o que hoje foi gerado não teria uma reação e com isso o Universo permaneceria estático.
Quando Buda nos afirma que a outra pessoa – as suas crenças e conceitos – são o produto do carma dela, quer dizer que o que ela acredita é a reação ao que ela viveu em momento anterior. Se uma pessoa, por exemplo, tem medo de velocidade, pode ter certeza que isso é uma reação a um perigo ou acidente que esta pessoa já sofreu em um momento passado quando estava se deslocando em alta velocidade. Se você não tem este medo, é sinal de que nunca vivenciou uma ação desse tipo. Não ter o medo, portanto, é o seu carma, enquanto que o dela é tê-lo.
Vivenciando a vida a partir dessa verdade, podemos encarar as contrariedades de uma forma simples – diferença das vivências das pessoas – ao invés de imaginar que o outro está errado. Quem não entende que os conceitos de uma pessoa são o carma da sua vivência na vida, vive contrariado com o que ela acha certo ou acredita como verdade.
Para estes, Buda faz um alerta neste trecho: Qualquer ação que se faça, para o bem ou para o mal, disso você será o herdeiro. A lei do carma – a reação a uma ação – é inexorável. A certeza de que cada ação gera sempre uma reação nos transforma em herdeiro daquilo que fazemos.
Já nos ensinava Salomão: Quem semeia vento, colhe tempestade. Se você anda pelo mundo com sua mente atenta aos conceitos do outro, colherá contrariedade e com isso sofrerá. Não por castigo ou penalidade, mas como justa consequência da sua própria ação.
Essas são as cinco maneiras para subjugar a raiva, através das quais quando a raiva surge em um bhikkhu, ele deveria destruí-la completamente.
Desenvolvendo a boa vontade, a verdadeira compaixão e a equanimidade pelos outros, mantendo a sua atenção na sua própria vida, ao invés de cuidar das dos outros e compreendendo que a vida é uma sucessão de carmas, ou seja, de consequências de ações anteriores, evita-se as contrariedades e com isso extingue-se a possibilidade da raiva, do ódio e do sofrimento.

Este texto foi desenvolvido com a visão do EEU a partir do sutta de Buda Anguttara Nikaya V.161 - Aghatapativinaya Sutta
http://www.meeu.com.br/index.php/home/item/1494-subjugando-a-raiva.html
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